quarta-feira, 1 de junho de 2011

Parte I

Essa história não vai ter final bonito como foi seu inicio, beira ao doentio e obsessivo.
É difícil identificar a linha tênue que separa amor de obsessão, desejo de necessidade e por fim: a força de lutar pelos seus sonhos com a fraqueza de não conseguir deixa-los ir.
Assim me encontro, no meio disto, rezando por um insight que me faça ver que não vale a pena na mesma proporção que desejo que as coisas voltem a ser a dois, como poucas semanas atrás.
Mas primeiro o começo: tenho que dizer quem eu sou e como cheguei aqui. Meu nome não é importante, quem me conhece reconhecerá, mas para não causar confusões pode me chamar de Vazio.
E vazio como sou, tenho a pele clara, olhos castanhos e cabelos ondulados também castanhos, numa intensidade mais clara, geralmente ostento uma barba por fazer, de quem não se importa com nada. Cresci numa boa família como tantas outras, nem perto da família perfeita, sofrendo e poupando cada centavo para ter um conforto moderado, família esta que se sacrificou para dar aos filhos uma perspectiva de futuro. Pais que fizeram tudo ao seu alcance, mas que para mim, Vazio, não me levou a amá-los incondicionalmente. Falha minha, nada que eu possa culpá-los.
Minha infância não é nada memorável ou marcante, mesmo eu sempre ter sido tratado como especial, diferente...nada exagerado, só me consideravam com a inteligência acima da média. Me isolava um pouco em minha própria cabeça, mas nunca deixei-me isolar do mundo e das pessoas, sempre tive colegas que nutriam um estranho respeito alguns deles até apreciam me admirar e eu tenho que admitir, esse foi um dos catalizadores pra onde estou hoje. Encontrei também amigos de verdade posteriormente que faziam me sentir parte de algo.
O tempo passou e eu girei, mudei, brinquei, me machuquei, vivi milhares de mundos de fantasia: fui ao futuro e ao passado, controlei a natureza ao meu bel prazer, destruí governantes malignos do universo, me apaixonei pela princesa perdida em um sonho. Contruí tuneis, castelos e chorei...chorei muito.
Por quê chorava? Não sei, me sentia pouco[...]

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