domingo, 20 de novembro de 2011

Cinema


Ele via sua vida como uma sucessão de vários curta-metragem, todos com mesmo tema. Sempre com aquela impressão de solidão. Só desejava algo épico, uma única vez, algo único e grandioso.
Sem poder pausar ou mesmo mudar de mídia continua vivendo nesse ciclo, sempre cansado e distante das coisas. Deveria parar de pretender as experiências e as fazer acontecer, mas sua procrastinação e preguiça não lhe permitem. Tenta em vão por blackouts de luz na sua existência com entorpecentes que pouco funcionam. E espera o dia em que sua tela vai ser desligada, nunca realmente vivendo, sempre observando, rindo e chorando sozinho, sentado no seu banco e olhando pros lados todo o tempo em busca de alguém que não está lá pra tecer algum comentário sobre seu próprio filme.

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