Azul-celeste era sua
mente
Como o Céu, eles
diziam
E aquele garoto sempre
acreditou
Não, não, não. Ele
nunca comprou essa ideia, porém alguns sonhos sim. Sempre comprando por
pequenas coisas superficiais, e sempre os consumindo quase que
instantaneamente. Mas nunca acreditou que sua mente poderia alcançar
uma cor tão pura, fez questão de se enterrar no lodo esverdeado, de
um gosto amargo e infeliz num dia de sol.
Quem sabe, quem sabe
alguém pode tira-lo dali, com um sopro, um arranhão ou mesmo uma
mordida. Pra voar e mesmo que sua mente não seja da cor do Céu, ela
estaria próximo a ele.
Se enterrando no lodo
pode ser que vá tão fundo que encontre o céu que fica debaixo de
tudo, onde borboletas vivem em casulos até se tornarem lagartas para
voar, onde aves ficam a vida toda retrocedendo até se tornar um belo e
maduro ovo. Um céu onde sua vida correria de trás pra frente e ele
poderia viver novamente aqueles poucos dias de felicidade extrema,
onde cada sorriso significava real alegria.
Qureack pow, num salto
mortal infinito o loop continua, o garoto da mente não tão
azul-celeste se achava fora de fase, no vão entre dimensões
paralelas, sem gritar, sem mexer.
-Olha! Que lindas
estrelas, a galáxia toda está dentro do meu...estômago? - Brincava
de se perguntar.
De todos, ele era o
único que sabia a resposta, é óbvio que naquela maçã que havia
comido estavam contidas todas as existências. Qualquer idiota com um
QI razoável notaria que o Universo todo girava em torno daquele
umbigo.
Escarlate era sua mente
Como o Inferno, eles
temiam
E aquele garoto sabia
que era verdade
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