domingo, 5 de dezembro de 2010

Inesperado

Ondas sonoras flutuando no ar depois de estrondosas baforadas soando por meio de uma haste de boi. Um segundo, um olhar, um sorriso, algumas palavras trocadas, lábios, surpresa e uma certa satisfação.
Passeio, desencontros, toques indevidos por seres sem consciência. Vibrações musicais desagradáveis, aquele suor escorrendo nas faces de desconhecidos, todos unidos pelos mesmos propósitos nefastos.
Finalmente reencontro, esperado mas não procurado, minha mente esquadrinhava a dela, em busca de algo, brechas, sonhos, traumas, pequenas alegrias, desilusões, arrependimentos. Tudo sem dizer uma única palavra, sem ao menos dar a entender que fazia isso. Mas inegavelmente algo me parou e me suspendeu por algum tempo, uma face, um olhar, meio que inebriado, um sorriso sincero, continuava confuso, agradavelmente confuso, e senti um pouco de medo, não por ser algo medonho, mas por gostar daquilo.
Um abraço forte e apertado, uma intimidade instantânea, mas incrivelmente não soa como superficial. Aquele olhar persistia, o sorriso também, minha boca automaticamente respondia com um sorriso tão sincero quanto, não por obrigação, mas por puro prazer. Uma, admito, quase fuga, minha percepção já estava se distorcendo, como se minha consciência de poucos minutos estendesse por uma eternidade, porque era esse o tempo que eu pensei conhecer aquela garota, pelo sempre.
Voltas, voltas, risos e risadas, músicas, bebidas, pessoas, pijamas, dança.
Ao longe, deleitei-me com uma cena engraçada, embriagados seduzindo garotas, uma delas olhava pra mim, quase que pedindo ajuda, perder de vista, reencontrar, chamar e a dança recomeça: beijos longos, beijos curtos, selinhos, abraços confortante, unhas percorrendo as costas causando pequenos tremores, mordidinhas, beijos, pescoço, orelha; corpo contra corpo.
Em conversas, coisas em comum: raivas, ódios, intolerâncias sobre as mesmas coisas, gostos parecidos.
Um clima, uma sensação estranha, incomum, e mesmo assim prazerosa, algo como cumplicidade. Mas realmente fui ganho com um beijo na mão, com as pequenas ironias e o olhar sincero.

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