sábado, 20 de novembro de 2010

Suicidando a própria superficialidade(ou não)

É incrível como alguns textos de blogs somados com um filme de comédia e romance possam inspirar tamanha vontade, querer, tesão. Eu quase consigo sentir as unhas passeando e dilacerando meu peito, o calor subindo pela virilha com o movimento dos quadris, a respiração ofegante a união.
Esse novo paradigma, interessante por si só, onde o corpo não é a extensão da mente e dos sentimentos e sim o contrário, onde a mente se torna produto do corpo, o que explicaria tantas coisas, a evolução, a seleção natural, o crescimento. Essa falta de tato, toque, cinestesia tem me congelado o corpo que clama por uma existência mais ativa, reprodutora, útil. Começo a me isolar em pensamentos, projeções de sentimentos, desejos imateriais, e não, não é isso que eu preciso, quero, essa deveria ser a consequência de um corpo contra o outro, dos lábios se tocando, das línguas dançando num ritmo luxurioso.
Tudo que eu consigo criar agora tem a ver com meu peito sobre outro, a pele se arrepiando e palavras ditas na ansiedade e no tesão, cheias de duplos sentidos prenunciando o momento de êxtase, do orgasmo por completo, onde duas mentes, percepções de mundo se conectam, onde sentimentos são compartilhados, mas principalmente o corpo físico goza e é inundado por endorfina ,oxitocina e serotonina, causando espasmos de prazer acompanhados de sorrisos descontrolados de alegria.
E eu não falo aqui de uma relação casual sem presença e sim da coisa mais romântica, intima e iluminadora que alguém pode vivenciar a dois, da ligação transcendental que se dá entre duas pessoas quando se entregam totalmente, 100% no momento mais bonito das suas vidas.
É impossível ser impessoal e abstrato, mesmo falando da coisa mais crua dos animais, da pele suada se batendo contra pele suada, de duas concepções, percepções e consciências corporais, físicas se tocando, trocando carinhos e palavras de amor e desejos que não precisam ser ditas ou pensadas, e sim sentidas pelo tato, visão, olfato, audição e paladar. O dom da racionalização acabou tornando-se uma maldição, onde deixamos o verdadeiro porquê da vida de lado, maquiado, escondido e protegido por ideais e autopreservação inexistente.

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